30 de agosto de 2010

Nostalgia

Eu queria ficar longe, longe dos shoppings, longe do caos de um trânsito lotado de pessoas impacientes e estressadas, longe de avenidas movimentadas, longe do que transforma os pensantes em depressivos e suicidas, longe de onde o trabalho é mais importante que os filhos, e o dinheiro mais importante que a paz, aliás, que paz? Grandes catástrofes psíquicas (ou não) formam-se então os seres covardes, inseguros, incapazes de amar ou confiar em alguém. Nostalgia de paz.
Enquanto todos sonham em ser ricos, famosos, morar em grandes cidades, numa casa enorme, ir a muitos lugares. [Ah...] Eu penso em vida, eu penso em liberdade pra amar a mim, e o amor que cabe em mim ser a pura liberdade, penso numa vida tranquila e os riscos que houver que sejam os riscos dos sentimentos necessários pra viver uma vida a dois, numa casinha com varanda, uma rede pra deitar, sentindo o cheiro de paz, som de brisa, o balanço da rede, cochilar vendo a beleza inigualável do céu e o brilho convidativo das estrelas. Não quero mais o amor de cinema. Nostalgia de vida.
Se cada um usasse seus maus sentimentos pra esculpir seu medo pra sonhar, sua impaciência pra amar, seu estresse pra se apaixonar. Se cada um pudesse imaginar-se como uma borboleta que vive pouco e ainda assim não se esconde nos becos escuros e vazios da solidão, talvez vivêssemos um pouco mais e sofrêssemos um pouco menos.